Ouro Preto, este autêntico Mangalarga Mineiro, registro 142 da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador; nasceu na Fazenda Angahy do Comendador Adeodato dos Reis Meirelles, a 7 de Outubro de 1943, filho de Angahy Monte Negro com Angahy Garbosa. Era tordilho e muito bom de andar.
Em Dezembro de 1944, Ouro Preto foi levado para a Fazenda Boa Esperança, em Batatais, São Paulo, pelo Sr. Antônio Josino Meirelles, juntamente com mais cinco éguas Angahy e uma Favacho (Uruguaiana). Na Boa Esperança foi pouco utilizado, apenas em 1946 e 1948.
Sobre o andamento de Ouro Preto, o Sr. Antônio Josino Meirelles (foi ele quem o amansou e o batizou pelo nome de Ouro Preto) assim se referia: "Tanto faz andar no plano, na descida ou na subida; sua marcha era sempre a mesma. E saibam todos quanto quiserem: era uma marcha natural, não fabricada.
O Sr. Antônio Josino Meirelles, Sr. Tônio ou "Meirelles" como era carinhosamente chamado no seio de sua família, tinha comprado a Boa Esperança há pouco tempo, em 15 de agosto de 1944, e sua principal preocupação na época era formar a fazenda, e por conseguinte não tinha a menor intenção de criar cavalos. Aliás, sua intenção era inclusive castrar Ouro Preto, que só não foi castrado por que apareceu por lá, nos idos de 1949, o primo Zezé do Porto que tomava conta da Fazenda Engenho de Serra, em São Vicente de Minas.
Andando pela fazenda, Zezé do Porto deparou-se com o Ouro Preto e gostou.
O Sr. Tônio percebeu que ele gostara do animal e foi logo dizendo: "Ô Zezé, se quer levar o cavalo, leve-o. É de raça muito boa e antiga lá do Angahy e como eu não tenho pretensão de criar, estou pensando em capar o cavalo".
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^ HERDADE OURO PRETO
reg. 142. Nascido no Angahy a 07.10.1943,
por Monte Negro e Garbosa.
Vendido ao Engenho de Serra,
que mais tarde o vendeu para o Dié da Herdade,
onde deixou boa descendência. |
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O Zezé respondeu:
- Mas Tônio, quanto você quer?
- Eu não quero nada, ofereça.
- Cinco contos de réis...
- Pode levar é seu.
E foi assim desta maneira que o famoso "Herdade Ouro Preto" deixou de cair no canivete. Já pensaram bem, quantos animais valiosos deixariam de existir???
Então foi o Ouro Preto para a Fazenda Engenho de Serra. Quando o Sr. Tônio deu ordem ao seu aprendiz-peão João Fernandes para levar o cavalo até a Estação de Batatais, este chorou e disse:
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- Onde o Sr. Tônio tá com a cabeça? Não se vende um cavalo destes...
Lá foi o Ouro Preto. No Engenho de Serra ficou diversos anos e foi lá que começou a se revelar um bom reprodutor. Animais como Prelúdio do Porto e Ouro Preto do Porto descendem dele.
Mais tarde, despertou o interesse do Sr. Dié (da Herdade) que o comprou de Francisco Roberto de Andrade Meirelles e o levou para a Herdade. Lá foi registrado sob o número 142 e daí para a frente começaram a nascer diversos bons produtos, destacando-se dois excepcionais: Herdade Música e Herdade Jupiá.
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