Ana das Dôres Garcia, filha do irmão mais moço do legendário Januário Garcia, "o 7 orelhas", casou-se com seu parente João de Souza Meirelles, originando o clã da Família Souza Meirelles. O berço desta numerosa Família foi a Fazenda Angahy (Rio dos Homens, ou Rio das Almas na língua indígena) situada à margem do mesmo rio, distante 12 km de Cruzília, Sul de Minas.
Cel. Christiano dos Reis Meirelles, seu quarto proprietário, nasceu a 14.11.1860 na
própria fazenda, onde também faleceu a 01.04.1944, aos 83 anos, calçando as botas para andar a cavalo.
Assumiu o comando da fazenda em 1882, ano do seu casamento com Blandina Noberta de Meirelles, mulher de beleza invulgar. Votado ao trabalho, dedicou-se com afã e pertinácia admiráveis à pecuária, obtendo significantes vitórias, frutos do seu esforço, entre os quais se destaca a formação entre 1892/1895, de um tipo especial de cavalos da raça mangalarga marchador de características marcantes. Tais características foram: o perfil retilíneo; a cabeça seca; a fronte ampla; os olhos vivos, proeminentes; as orelhas bem implantadas, atesouradas e, sobretudo, a marcha batida cômoda e equilibrada.
Todavia, sua criação tomou impulso e ganhou fama com a vinda do extraordinário "Caxias I ", cavalo este que seu irmão Olímpio descobriu em Leopoldina, na fazenda Luiziana de José Venceslau de Arantes Junqueira. Caxias I exerceu tamanha influência na raça que pode ser considerado o pilar da raça Mangalarga Marchador. Era tordilho, muito bom de andar, e de uma vivacidade tremenda. Basta dizer que o Cel. Christiano jamais encontrou o Caxias dentro de sua cocheira com as orelhas paradas: estas estavam sempre em movimento de troca.
Dentre os filhos do Cel. Christiano que deram continuidade à sua criação, merece destaque especial o comendador Adeodato dos Reis Meirelles, quinto proprietário da Faz. Angahy.
Criou animais realmente valiosos para a raça como: "Angahy ", castanho, registro número um da raça M. Marchador, campeão de tipo e de marcha em Belo Horizonte, 1950; Herdade Ouro Preto, registro 142, o reprodutor que escapou do canivete, pai de H. Jupiá e H. Música; Angahy Mozart, vendido para o Sr. Agenor Pinto Ribeiro de Leopoldina onde sagrou-se res. campeão, tendo sido, porém, campeão da raça em Juiz de Fora, 1941; Angahy Salmon, tordilho, vendido para Erico Ribeiro Junqueira, Faz. Abaíba em Leopoldina, pai de Abaíba Fidalgo; Angahy Mineiro que era pai do cavalo Angahy citado acima, reprodutor muitos anos na Faz. Angahy, vindo depois de mais velho para a Faz. Boa Esperança em Batatais, SP, de Antônio Josino Meirelles e Filhos onde morreu; "Angahy Presente", preto, reprodutor importante na formação do criatório "Selva Morena", em Batatais - SP. Era filho de Angahy Rainha que vai a Caxias I com Traituba Sátyro que vai a Belline JB. Seu nome deriva do "presente" recebido do seu estimado avô Adeodato quando ele, Carlos Roberto, tinha apenas 11 anos de idade. Salamanca, Faia, Juventude, Teorema, Salgueiro, Siriema, Santa Fé da Selva Morena descendem dele.